Hora extra aumenta probabilidade de problemas cardíacos

Se você faz hora extra diariamente, dorme algumas poucas horas, passa o fim de semana checando as novidades do serviço e não tem tempo para tirar férias ou descansar, é bom começar a procurar um cardiologista: pesquisas comprovaram que trabalhar além da jornada aumenta em até 60% a chance de ter uma parada cardíaca e outros problemas do coração. Se além de workaholic for fumante e sedentário, o risco é ainda maior. Além dos prejuízos para a saúde física e mental, um recente artigo publicado no site AlterNet por Sara Robison, editora da seção Vision, defende a ideia de que trabalhar sem parar é também pouco produtivo.

As novas relações de trabalho (auxiliadas pela tecnologia e pelo mercado cada vez mais competitivo) estabeleceram o modelo de que quem faz horas extras parece mais interessado pelo serviço, eficiente e produtivo. Porém, quanto mais trabalho, menos descanso e, consequentemente, menos concentração e produtividade real. “Jornadas de trabalho acima de 40 horas semanais são estúpidas, sem planejamento, perigosas e caras – são sinais da incompetência em gerenciar”, diz o artigo.

A autora não é contra uma hora extra esporádica ou momentos decisivos em que são necessárias algumas horas a mais de trabalho ou dedicação especial; o problema começa quando essa situação torna-se rotina, resultado da falta de planejamento e capacidade de coordenar atividades. “A quantidade de horas trabalhadas pode não refletir na produção”, diz no artigo, que complementa: “depois de mais de oito horas de trabalho você só tem uma fração da capacidade usual, que vai decair a cada hora extra trabalhada”.

No Brasil, a questão da jornada de trabalho sempre foi muito discutida. Os sindicatos brigam pela redução há quase um século, desde primeiras manifestações industriais no país, no fim do século XIX. A jornada de trabalho é regulamentada pela Constituição Federal em seu art. 7º XIII e a CLT art. 58 e não deve ultrapassar 8 horas diárias, podendo ser acrescida de, no máximo, duas horas suplementares (horas extras). Só para desmitificar a ideia de que brasileiro não gosta de trabalhar, nossa jornada é uma das maiores do mundo: países como França, Espanha e Noruega, por exemplo, têm jornadas entre 30 e 38 horas semanais.

De acordo com Sara Robison, devemos repensar “tudo que os empresários modernos acham que sabem sobre trabalho” e estimular que os trabalhadores tenham seus momentos de lazer, vida social e jornadas de trabalho flexíveis.  A autora defende, inclusive, que os fins de semana devem ser bem longe da rotina do escritório e, acima de tudo, devem ser momentos de distração. “Vamos para casa descansar e só voltar na segunda-feira! É o melhor para todos!”, diz.

Mais informações: Alter Net e Revista Veja

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