Neofobia alimentar não é frescura

A cena é frequente: a mãe tenta convencer a criança comer algo novo, diferente, que é recusado pela criança. “Não gosto disso!”, ela responde sem nem ter experimentado. Parece familiar?! Provavelmente você já até vivenciou essa situação com alguém próximo que se recusou a experimentar uma comida, apesar das ofertas persistentes. Até os sete anos, esse comportamento é bem comum e há teorias de que ele garantiu a sobrevivência da espécie, ao recusar novos alimentos que poderiam fazer mal ou ser venenoso.

É importante ressaltar que, muitas vezes, esse comportamento não é frescura ou má-criação, mas uma restrição natural que algumas pessoas desenvolvem, conhecida como neofobia alimentar, que é a relutância em comer novos alimentos sem nem experimentá-los. Normalmente, essa fobia é naturalmente superada com estímulos externos, novos hábitos alimentares, fatores culturais e dietas. Entretanto, algumas pessoas levam essas restrições para o resto da vida, especialmente com algumas frutas e legumes.

A primeira dica para tentar mudar essa situação, tanto para crianças quanto adultos, é oferecer o mesmo alimento de diferentes formas, com receitas novas. A pessoa pode não gostar de cenoura crua nas saladas, mas pode consumi-la em um purê ou picadinha no molho de tomate, por exemplo. A maior arma contra a neofobia alimentar é a criatividade: use os alimentos recusados como recheios de tortas, risotos, lanches, omeletes ou misturada com outros ingredientes, de forma que não evidencie o sabor do alimento indesejado. Especialmente com frutas e legumes, elementos de uma alimentação saudável, é preciso um cuidado especial.

No caso das crianças a insistência deve ser maior, porém, antes de reclamar que seu filho não come direito ou que não quer experimentar novos alimentos é importante analisar se os pratos preparados estão bem arrumados e apetitosos. Outro problema comum é que as crianças imitam os hábitos alimentares dos adultos que as cercam, então fique de olho na maneira que os adultos estão se alimentando. A maior dica, entretanto, é evitar radicalismos: ofereça sempre que possível os novos alimentos, mas não obrigue a criança comer ou aplique castigos. Isso só aumentará a aversão da criança pela comida.

Se depois de experimentar a pessoa não gostar do prato não é mais considerado neofobia alimentar, mas uma questão natural do paladar individual, afinal, todos têm preferências alimentares. A qualidade da alimentação é outro ponto importante, afinal quanto mais variada e colorida mais saudável ela será.

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