Você sabe a diferença entre tristeza e depressão?

Tristeza, angústia, culpa e medo. Esses sentimentos foram a base de Melancolia (2011), filme do polêmico diretor dinamarquês Lars von Trier, em que um planeta entra em rota de colisão com a Terra, alterando a rotina dos habitantes, que passam os dias esperando pela anunciada tragédia. A história reflete, metaforicamente, a própria experiência do diretor, que teve depressão e mostra nesse filme a experiência de perder as motivações de viver e não conseguir lutar contra esse sentimento. A depressão de Von Trier gerou filmes, mas em alguns casos, quando não tratada, a depressão pode transformar a vida do indivíduo e apresentar graves consequências.

Primeiramente, é preciso entender a diferença entre os termos, para que não se comentam erros: tristeza e depressão são coisas diferentes e não recebem o mesmo tratamento. Tristeza é um sentimento natural perante uma situação desagradável, um pesar, que passa depois de um período. A depressão, por sua vez, é uma doença caracterizada por alterações comportamentais, baixa concentração, sentimento de culpa, alteração no sono e no ganho ou perda repentina de peso. Não é uma tristeza momentânea, mas um estado indesejável e constante que muda a forma com que a pessoa se relaciona com o mundo e a própria percepção da realidade.

Apesar de serem conhecidas há décadas, as causas da depressão variam bastante, com fatores externos (como uma perda ou mudança repentina) até fatores hormonais e alterações nas atividades das sinapses cerebrais. Dessa forma, deve-se abandonar a ideia de que a depressão é doença de mulher, desocupação ou que tem relação com a situação financeira. Uma pesquisa da OMS (Organização Mundial da Saúde), por exemplo, detectou que o número de depressivos era maior em países ricos, com pessoas com uma situação financeira estável. Entre os países em desenvolvimento, o Brasil lidera a lista na venda de anti-depressivos, que até gerou o apelido de ‘nação rivotril’.

A consequência mais grave da depressão é que algumas pessoas começam a pensar na morte como a única saída para se livrar do sofrimento e angústia que vivem. Cada vez mais isolados socialmente e com uma noção distorcida da realidade, os depressivos podem acabar sem orientação sobre esse assunto. Dessa maneira, a doença é a principal causa de suicídios ao redor do mundo.

Uma boa notícia é que pesquisas indicam que o número de pessoas que procuraram tratamento para depressão aumentou cerca de três vezes na última década. Quem se encontra em um quadro depressivo e quer buscar ajuda, deve se consultar com um médico psiquiatra, que poderá diagnosticar a doença, pedir exames e entrar com a medicação mais indicada. A margem de depressivos que se tratam e conseguem bons resultados é grande. Automedicação nunca é indicada, especialmente nesses casos.

 

 

 

 

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